sábado, 26 de março de 2011

Dono dos Caminhos e das Estradas

OGUM
 
É o Orixá Senhor das contendas, Deus da guerra. Seu nome traduzido para o português, significa luta, briga e batalha. É a divindade da metalúrgica, do ferro, do aço e outros metais fortes. Ogum é a força incontrolável e dominadora do movimento, do choque. Patriarca dos exércitos, dono das armas, Ogum é o poder do sangue que corre nas veias. Orixá da manutenção da vida.

Com Exu, Ogum está presente no calor, na ira, no ódio, na cólera. Está presente nas batalhas, brigas, empurrões, na vontade de exterminar. É uma força da natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes.

O encantamento de Ogum, aquilo que gera sua presença nos momentos de impacto, tais como choque entre dois objetos de metal; uma colisão no ar, no mar, na terra; no estrondo de algo pesado caindo no chão. Seu encanto está na explosão, no derramamento de ferro fundido.

No dia a dia, vamos encontrar esta força nos estaleiros, nas oficinas de lanternagem, nos ferreiros, nos quartéis, no disparo de uma arma, no ato de se afiar uma lâmina, no trabalho com um serrote, no choque de um martelo batendo no prego, no despertar de um relógio, num grito de raiva e na dor aguda. Na faca que corta a carne, a bala que fura a carne, faz o encantamento da força da natureza. É o Orixá do impacto, da detonação. O sangue que corre em nosso corpo é um fenômeno regido pôr Ogum. A vida mantida acesa num ser é regida pôr Ogum. Orixá da defesa e da guerra, ele pode até evitar a briga, mas gosta de lutar e é imbatível. Ogum também é a viagem, a estrada longa, os veículos. É a jornada, a empreitada, a luta do dia-a-dia, é a estrada de ferro, o impacto do trem nos trilhos. Ele é o próprio trem... ele é o próprio trilho.

Considerado como um Orixá impiedoso e cruel, ele pode até passar essa imagem, mas sabe ser dócil e amável. No candomblé é o grande general, marechal de todas as lutas, o grande guardião, pai rígido e severo, mas apaixonado e compreensível. Ogum é a fraqueza, a decisão, a convicção, a certeza, o fato consumado. Ogum é o empilhamento de metais, a bateria que gera a energia, a pilha; é a própria energia, vibrante, incontrolável, devastador. É a vida em sua plenitude. Ogum também está presente nas construções, nas edificações, no cimento que vai unir tijolos e construir casas, é a muralha, o obstáculo difícil de ser vencido, é o amianto, a bauxita, o manganês, o carvão mineral, a prata, o ouro maciço, o diamante em estado bruto. Ele é também a lapidação, o aparelho cirúrgico, o aparelho dentário, o próprio dente. É o ato de cortar, morder, devorar, sem piedade e com a negritude da fome. Ogum também é o zinco, o cobre, o alumínio, o parafuso, o prego, a mola, a viga, a estrutura, o concreto, a dureza, a firmeza.

Esse Orixá de temperamento explosivo e coração quente é à força da natureza talvez mais temida e respeitada. Ogum é o gás, a explosão, a guerra, o choque de dois carros, o ferro retorcido, a luta entre os homens e os animais. É a valentia, a bravura, a coragem, a estocada, a largada, a chegada vitoriosa.

Ogum também é o ciúme, o desabafo, a disputa. Senhor dos metais e incapaz de ser derrotado.

O elemento de Ogum é a terra, e dependendo das qualidades, ou seja, de sua fundamentação, carrega também os elementos água e ar.

Quando você sentir seu pulso, seu coração batendo, tenha certeza Ogum está presente. Quando sentir que seu sangue corre nas veias, pense com convicção, Ogum está presente. Enquanto sentir que existe vida dentro de si, saiba que Ogum está te mantendo e abençoado.

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